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A Reforma Tributária para as Pequenas e Médias Empresas

A Reforma Tributária para as Pequenas e Médias Empresas

A quatro meses do início da fase de testes da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), as pequenas e médias empresas ainda caminham a passos lentos para se adaptar às mudanças da reforma tributária. A falta de preparo se deve, em parte, à capacidade reduzida de equipe e orçamento, mas também a uma cultura de "gestão tributária reativa", nunca de planejamento e estruturação prévios.
Vamos apontar alguns pontos de atenção para este segmento empresarial possa se iniciar seu preparo de maneira mais adequada.
1. Mapeamento da Estrutura de Custos e Despesas
A reforma tributária não é apenas uma mudança de impostos, mas uma alteração na economia. O primeiro passo para as pequenas e médias empresas é analisar sua estrutura de custos e despesas. A partir daí, você deve: mapear os impostos embutidos nos preços pagos aos fornecedores, identificando quais são recuperáveis; simular a formação de preços líquidos de imposto para entender o custo real de sua operação.
A reforma passará a permitir o creditamento amplo em toda a cadeia, e as empresas que não se prepararem para demonstrar e rastrear seus créditos podem ter prejuízos e perder competitividade.
2. Adaptação Tecnológica
A reforma exigirá sistemas fiscais mais robustos, já que a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) exigirão integração com sistemas eletrônicos federais e estaduais que operarão em tempo real.
3. Planejamento Estratégico
A reforma trará desafios como a concorrência e a necessidade de reavaliar preços.
A alíquota padrão do IVA-Dual pode chegar a 28%, e sua empresa precisará simular o impacto disso na sua operação e margem de lucro.
É crucial considerar todos os competidores, incluindo grandes empresas e até mesmo negócios informais, na sua equação estratégica.
4. Pequenas e Médias Empresas no Simples Nacional
Se sua empresa está no Simples Nacional, a reforma impõe uma decisão estratégica:
Permanecer no Simples: Esta opção é mais vantajosa se a empresa vende para consumidores finais, pois o regime tem uma carga tributária menor.
Migrar para o Regime Regular: Se a empresa vende para outras empresas (B2B), pode haver pressão para sair do Simples, que não gera créditos tributários para os clientes, afetando a competitividade.
Diante das complexidades da reforma tributária, a antecipação é essencial para as pequenas e médias empresas. O novo sistema exigirá revisão da estrutura de custos, investimento em tecnologia e estudos de impacto na margem de lucro.
Para mitigar esses riscos, a sugestão é adaptar a ideia dos comitês internos, designando uma liderança e mobilizando áreas como compras, vendas, contabilidade e tecnologia. Buscar assessoria especializada é outra medida crucial para obter um diagnóstico técnico e se reorganizar. A adaptação não é apenas uma questão de conformidade, mas uma necessidade estratégica para manter a competitividade e garantir a saúde financeira do negócio no novo cenário econômico.

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